26 04 im alumniV8
22 11 im fatiado face
22 11 im fatiado twitter
22 11 im fatiado youtube
22 11 im fatiado gmail
22 11 im fatiado brazil
22 11 im fatiado england
22 11 im fatiado spain

Matemático diz que curva de casos subiu a partir do dia 20 de abril, e que só isolamento pode reduzir contaminação. Capital fluminense tem 670 mortes e 7.283 casos confirmados da doença.

O Instituto de Matemática da UFRJ prevê que o número de casos de Covid-19 no município do Rio pode chegar a quase 11 mil no dia 12 de maio. A estimativa foi feita pelo professor Heudson Mirandola.

Até esta segunda-feira (4), foram registradas 670 mortes e 7.283 casos no município. Em todo o estado, 1065 pessoas já morreram e 11721 pessoas foram contaminadas.

Segundo o professor Heudson Mirandola, a curva dos casos no Rio aumentou na análise feita no dia 20 de abril, e o isolamento precisa ser de pelo menos 75% para que o cenário melhore. Atualmente, segundo ele, os índices estão entre 65% e 70%.

"A partir do dia 20, a curva do município do Rio voltou a subir novamente, e isso é muito preocupante, porque as pessoas estão se cansando da quarentena e decidindo sair, e o reflexo disso é muito ruim, principalmente para o sistema público de saúde. Esse cenário é preocupante, porque estamos com o sistema de saúde um pouco saturado", avalia.

E completa:

"As projeções dizem o seguinte: que o prefeito, os responsáveis têm que ter pressa. Esse é um indicador importante para a prefeitura".

Nesta terça-feira (5), um levantamento da própria prefeitura revelou que o isolamento teria caído de 79% para 74%, e que a movimentação aumentou em vários bairros, como Copacabana e Botafogo.

Aumento de 587% no número de casos

Mirandola revelou que os casos aumentaram em 587% no período de um mês.

"Nós estamos no dia 4 de maio, com 7,2 mil casos. No dia 4 de abril, tínhamos 982 pessoas contaminadas. Se em 4 de abril eu chegasse e desse uma projeção dessa, provavelmente me chamariam de louco. Então, esse cenário é possível", alertou.

A presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Tânia Vergara, concorda com a avaliação e também defende o isolamento social para diminuir o número de casos.

"A gente sabe que se o isolamento aumenta, diminui a contaminação e o número de casos. Se o isolamento diminui, aumenta o número de casos.Toda vez que há uma diminuição de isolamento social, a curva fica mais íngreme", explica.

Isolamento

Para o especialista a forma mais efetiva de diminuir a curva de contágio já é conhecida: o isolamento social. Mesmo assim, alerta que muitas pessoas desrespeitam a quarentena nos finais de semana.

"Se nós não estivéssemos cumprindo um certo isolamento social, provavelmente o sistema público já teria colapsado desde o dia 15. A gente precisaria de mais de 1,5 mil leitos clínicos. Nos finais de semana as pessoas descumprem quarentena, porque as pessoas querem sair, ir à praia, encontrar os amigos. Durante a semana, até cumprem. Ruim é quando as pessoas decidem ignorar a quarentena, e aí começa a ficar tudo desordenado", disse Heudson.

Na última semana, Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e Copacabana, na Zona Sul, tiveram intensa movimentação nos comércios e nas praias. Os dois bairros são líderes de estatísticas de casos.

Copacabana já teve 37 mortes confirmadas pela doença, enquanto a Barra, 22.

Para o professor, se o índice de isolamento tivesse caído para 40%, o quadro seria catastrófico.

"Se tivéssemos um quadro de isolamento de apenas 40%, teríamos em torno de 24 mil casos no dia 1º de maio. Seria uma catástrofe urbana. Lembrando que tivemos a gripe espanhola, com pessoas morrendo nas ruas. Talvez nosso cenário não seria muito diferente desse", disse ele.

"Com 75% de isolamento social, a curva de contágio despenca. Seria um pouco mais de esforço. A diferença parece pouca, mas representa milhares de pessoas deixando de contaminar outras", avaliou.

Tânia Vergara, no entanto, crê que o cenário não depende de um único fator.

"Depende de quantas pessoas cada pessoa infectada infecta. O nome disso é R0 e ele depende de muitas variáveis, algumas relacionadas ao próprio vírus, outras ao hospedeiro, e ainda pode ser influenciado por condições climáticas e sócio econômicas. Se o R0 altera, a curva de progressão altera também", explicou.

Segundo ela, essa análise, no entanto, vem mudando nos últimos meses.

"Para Covid-19, se pensava que uma pessoa contaminada poderia infectar de duas a três pessoas. Agora, se pensa entre cinco e seis".

Mais testes

Além do respeito ao isolamento social, a maior oferta de testes rápidos também é considerada fundamental por Heudson Mirandola.

"É muito importante diminuir a taxa de contágio. Mas o recado mais importante é sobre os testes. Pense em três caixas: o infectado, que tem todos os sintomas; o assintomático, que é impossível de diagnosticar; e o diagnosticado. Este último, quando sabe do seu contágio, ele se isola, porque não quer contagiar a própria família. Então, quanto mais testes, melhor. E, uma vez que você sabe que está infectado, o cuidado com a saúde passa a ser muito maior", argumentou o especialista.

Clique AQUI para ler a matéria na íntegra.

Topo