Modelos estocásticos para avaliação de contratos de energia renovável
Álvaro Veiga (PUC-Rio)
A comercialização de energia elétrica no Brasil pode ser realizada em dois ambientes: um regulado, de menor risco porém pouco flexível, e o ambiente livre, onde há maior flexibilidade. Neste caso, se, no momento da entrega da energia, o gerador não for capaz de produzir o necessário, ele deverá comprar a energia faltante no mercado aberto de energia (MAE) ao Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). Analogamente, se houver mais energia do que exige o contrato, o gerador pode vender a energia no MAE pelo PLD. O PLD é determinado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema) via um programa de otimização estocástica (NEWAVE) que determina a operação ótima do sistema elétrico. Sendo assim, o resultado financeiro do contrato está submetido à variação de duas variáveis: a produção de energia e o PLD. No caso de energias renováveis - usinas hidrelétricas sem reservatório, usinas eólicas e solares - a energia gerada estará exposta a variações meteorológicas fora do seu controle. A determinação da distribuição de probabilidades do valor dos contratos de energia depende, portanto, do conhecimento da distribuição de probabilidades conjunta desses fatores: geração e PLD.