Mudanças climáticas: Tendências observadas e cenários futuros de extremos climáticos
Wanderson Luiz Silva (IGEO - UFRJ)
Extremos climáticos têm o potencial de ocasionar graves danos ambientais e prejuízos nos mais diversos setores socioeconômicos.
Os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) mostram que tais eventos climáticos extremos
têm se tornado mais frequentes e intensos em diversas áreas do globo. O maior desafio para a detecção de tendências no decorrer dos
últimos anos é a consolidação de um robusto banco de dados diários de variáveis meteorológicas, como temperatura do ar e precipitação.
Desse modo, várias pesquisas vêm reunindo e analisando esses dados para a identificação de possíveis mudanças no comportamento dos episódios
extremos. No Brasil, há uma tendência quase que geral de aumento dos dias e noites extremamente quentes, assim como das chuvas intensas e secas
prolongadas em determinadas regiões. O estado da arte em simulação climática para as próximas décadas provém dos modelos numéricos que representam
o sistema climático terrestre. Trata-se da simulação de complexas interações conforme as emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de projetar
tendências até o final do século XXI. Nesse sentido, muitos trabalhos vêm mostrando uma continuidade dos eventos climáticos extremos para o futuro em
grande parte do planeta, como elevação na duração e frequência de ondas de calor, bem como acentuados acumulados de chuva ocorrendo em curtos períodos.
A preocupação com o clima futuro motiva estudos que aprimorem a predição de tais eventos severos no curtíssimo prazo, especialmente por meio de técnicas
de inteligência artificial.