O fantástico computador quântico de dois q-bits: aplicações utilizando ressonância magnética nuclear
Ivan S. Oliveira (CBPF)
A Computação Quântica, ou mais genericamente, o Processamento da Informação Quântica, surgiu como uma área da física teórica no início dos anos 1980. A partir de 1994, com a descoberta do algoritmo de fatoração de Shor um grande número de pesquisadores foram atraídos para esta área, e e em 1997, a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) despontou como uma das técnicas experimentais mais promissoras para a implementação de protocolos de computação e comunicação quânticos. Logo se percebeu, contudo, que o chamado problema do escalonamento, seria muito difícil de ser superado por qualquer técnica experimental em vigor, em particular a RMN. Os trabalhos então se concentraram em aspectos básicos do processamento da informação quântica em sistemas com um número pequeno de q-bits, a unidade de informação quântica. A RMN encontrou aí um nicho extraordinário para estudos fundamentais sobre emaranhamento, simulação de sistemas quânticos, e descoerência. Neste colóquio vamos apresentar os fundamentos do Processamento da Informação Quântica por RMN, com vários exemplos de estudos em um sistema com apenas 2 q-bits de informação, o mais simples de todos: a molécula do clorofórmio. Ênfase será dada aos trabalhos feitos pelo Grupo de Informação Quântica por RMN do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.