Parte I - Genética de himenópteros
Paulo Murilo Castro de Oliveira (UFF)
Himenópteros são abelhas, formigas, etc. Seu comportamento sexual é curioso.
Os machos são haplóides (uma única cópia de cada gene), enquanto as fêmeas são diplódes
(dois alelos de cada gene, como nós humanos). Ao reproduzir, a fêmea decide primeiro por um filho
haplóide ou diplóide. No primeiro caso, há uma simples clonagem de um dos alelos de cada gene da mãe, sem sexo.
No segundo caso, com sexo, o filho diplóide é composto por uma cópia de cada gene do pai com uma cópia aleatória
de um dos alelos de cada gene da mãe. Um único gene sexual determina o gênero do filho. Se for haplóide, é macho.
Se for diplóide heterozigoto (dois alelos diferentes do gene sexual), é fêmea. O caso excepcional é o diplóide
homozigoto (o mesmo alelo nas duas cópias do gene sexual), que é infértil mas indistinguível do ponto de vista das
fêmeas de uma macho. É um estorvo para a população, e seu aparecimento é minimizado por várias estratégias evolucionárias
da Natureza. Uma delas é o enorme número de alelos sexuais possíveis (algumas dezenas), comparado com outros genes.
Outra estratégia que especulamos e decidimos estudar através de modelos computacionais é o alcance dos vôos dos machos
para copular alhures. Nosso modelo mostra que realmente quanto maior for o alcance do vôo dos machos menor será o
aparecimento de machos diplóides, e maior será a diversidade genética da população em pequenas regiões.